LUSOFONIA CHORA SARA TAVARES

A morte da cantora e compositora portuguesa de ascendência cabo-verdiana, Sara Tavares, neste domingo, 19 de Novembro, no Hospital da Luz, em Lisboa, Portugal, vítima de um tumor no cérebro continua a levar ao choro à Lusofonia.

Por Geraldo José Letras

Aos 45 anos, a cantora e compositora portuguesa de ascendência cabo-verdiana a quem há mais de uma década tinha sido diagnosticada com um tumor no cérebro, morreu neste domingo, 19 de Novembro, em Lisboa, Portugal.

“Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós. Descanso eterno no paraíso, Diva Sara Tavares” desabafou ao Folha 8 a compatriota Vera Tavares a partir de Lisboa, capital portuguesa de onde se ouvem gritos de choros pelo adeus sem aviso que Sara Tavares deu a todos aos quais embalou com a melodia doce e saudosa da sua voz serena.

Para Ana Caridade, a partir da Cidade da Praia, Cabo Verde, a morte de Sara Tavares é “uma grande perda para a humanidade. Sara, que encontres paz e aconchego nos braços do Sagrado” chorou, antes de acrescentar “Serás eterna! O ponto de luz sempre a brilhar. As minhas maiores memórias serão os encontros em Cabo Verde, o teu sorriso fácil e a generosidade tão cristalina”.

Da capital Bissau, Guiné-Bissau, Baciro Djá não se conteve aos microfones do Folha 8 e chorou enquanto dizia entre soluços numa voz entrecortada “adeus, mana Sara! Adeus, mana Sara!”.

A estrela angolana Pérola, através da sua página oficial do Facebook, considera a morte de Sara Tavares uma “notícia triste”.

“Foi-se uma das vozes mais bonitas que já ouvi. Um talento lindo e inspirador de se apreciar. Fazia a diferença. Que Deus a tenha”, escreveu Pérola.

“Oxê! Geraldo José Letras, Sara Tavares é das minhas cantoras cabo-verdiana preferida. Não acredito que morreu, não”, disse a brasileira Maite de Melo.

Sara Tavares nasceu em Lisboa, Portugal, em 1978. Começou a notabilizar-se na música ainda adolescente nos anos 90 no concurso televisivo de talentos “Chuva de Estrelas”, da SIC, ao interpretar um tema da também já falecida Whitney Houston.

Em 1994 venceu o Festival RTP ao interpretar o tema musical de Rosa Lobato de Faria e João Oliveira, “Chamar a Música”, e com o qual obteve o oitavo lugar no Festival Eurovisão da Canção por Portugal.

Dois anos depois, em 1996, Sara Tavares estreou-se com o álbum “Sara Tavares & Shout!”.

Nas duas décadas seguintes, Sara Tavares editou vários álbuns que a aproximaram das suas raízes cabo-verdianas, com destaque para “Balancê” (2005), que lhe valeu um disco de platina e uma nomeação como Artista Revelação ao prémio BBC Radio 3 World Music.

Em 2011, foi distinguida com o Prémio de Melhor Voz Feminina nos Cabo Verde Music Awards e no ano seguinte deu continuidade à digressão internacional “Xinti”, título do álbum editado em 2009, que lhe valeu o Prémio Carreira do África Festival na Alemanha.

Em 2018 esteve nomeada para os Grammy Latino com o quinto álbum, “Fitxadu” (2017), no qual aprofundou a relação com a música cabo-verdiana, contando com Manecas Costa, Nancy Vieira, Toty Sa’Med e Kalaf Epalanga entre os convidados.

Além de sempre seguir uma carreira a solo, Sara Tavares chegou a fazer colaborações com vários nomes da música portuguesa e lusófona, nomeadamente Ala dos Namorados, Dany Silva, Paulo Flores, Buraka Som Sistema e Carlão.

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